quarta-feira, 30 de agosto de 2017

O Castelo dos Mouros - Sintra / Portugal

     Nas aulas desta semana, falamos sobre a Reconquista da Península Ibérica pelos cristãos e a formação de Portugal. No trabalho que ficará para corrigir neste sábado, 02/09, aparece um DOC sobre o Castelo dos Mouros
Que tal saber um pouco mais sobre essa construção? 

As origens do Castelo dos Mouros – um castelo em ruínas compreendido entre as florestas exuberantes da Serra de Sintra – datam do séc. VIII e da invasão a Península Ibérica pelos muçulmanos do norte de África. Sua construção e localização forneciam uma visão vantajosa sobre o Rio Tejo e oferecia proteção para a cidade de Sintra. Crônicas árabes caracterizaram a região de Sintra como muito rica em campos de cultivo e o Castelo dos Mouros foi um dos mais importantes nesta região, ainda mais que o Castelo de Lisboa.
Uma Cruzada Cristã inicial, liderada pelo Rei Afonso VI de Castela, conseguiu capturar dos mouros o castelo em 1093, mas o pequeno exército foi expulso nos anos seguintes. O castelo prosperou entre a primeira cruzada e a seguinte, tendo suas muralhas reforçadas, mas tal melhoria não foi o bastante para deter a Segunda Cruzada, bem mais forte, em 1147.
Apesar de os primeiros reis portugueses fortalecerem o Castelo dos Mouros e as suas defesas, a corte real se estabeleceu em Lisboa. A importância desse castelo de Sintra foi sendo reduzida ao longo dos séculos, até que no XV os seus únicos habitantes eram colonos judeus. Quando os estes foram expulsos de Portugal em meados do séc. XV, o castelo ficou completamente abandonado. Em 1636 um raio causou um fogo massivo que destruiu a Torre de Menagem (torre central), enquanto que, em 1755, um devastador tremor de terra desmoronou suas paredes e muralhas. (Adaptado de Sintra-Portugal.com)

Seguem fotos, a maioria de minha autoria 😊, do que restou do Castelo dos Mouros.


























Para saber mais, acesse Parques de Sintra.

Imagens: arquivo pessoal

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

A diferença entre burca, niqab, hijab, xador, al-amira, khimar e shaila







Do hijab...





à burca...

   No mundo ocidental, o termo burca se popularizou como uma expressão genérica para se referir às vestes femininas islâmicas que cobrem todo o corpo da mulher. Há, porém, vários tipos dessas vestimentas, dependendo do país ou região. A ampla variedade dificulta a diferenciação, mas alguns termos se consolidaram.

  A burca propriamente dita, em algumas regiões também conhecida como chadri, é uma veste que cobre todo o corpo, com uma rede diante dos olhos para permitir a visão. No Afeganistão era de uso obrigatório durante o regime do grupo extremista Talibã. Hoje não é mais obrigatória, mas ainda usada por mulheres que temem pela sua segurança caso não o façam, principalmente em áreas rurais. A burca também é muito comum no Paquistão, principalmente em territórios da etnia pachto.

  Já o niqab é muito usado na Arábia Saudita, no Iêmen, no Omã e nos Emirados Árabes Unidos. Ele é um véu propriamente dito, cobrindo o rosto e o pescoço, com apenas uma abertura diante dos olhos. O niqab costuma ser usado sobre uma outra vestimenta de corpo inteiro, daí a confusão com a burca.

  O xador cobre todo o corpo, assim como a burca, mas ao contrário desta deixa o rosto descoberto. É uma espécie de capa para ser usada sobre a roupa, como a palavra persa - que significa tenda - indica. O xador é usado no Irã, apesar de não ser obrigatório, e seu uso está caindo entre as jovens. Nos tempos do xá, ou antes da Revolução Islâmica de 1979, chegou a ser proibido e não era visto com bons olhos pelo governo, que tentava modernizar o país, aproximando-o dos hábitos do Ocidente.

  Muitas mulheres muçulmanas usam, porém, apenas véus. O mais comum no Ocidente é o hijab, que significa justamente véu ou cobertura. Ele cobre a cabeça e o pescoço, deixando o rosto livre. Hijabs existem nas mais variadas cores e estampas.

  Já o al-amira é uma variação do hijab, composta de duas partes. A primeira é uma espécie de touca, que cobre a cabeça de forma bem justa, e a segunda é um véu que veste sobre a primeira, cobrindo também o pescoço e frequentemente chegando até os ombros. O khimar é semelhante ao al-amira, porém mais longo, chegando até a cintura, e é às vezes usado com um niqab, que cobre o rosto e deixa apenas os olhos livres. Por fim, a shaila é muito popular na região do Golfo Pérsico. É um véu longo e retangular, às vezes transparente, e que é envolto ao redor da cabeça e preso na região dos ombros com alfinetes.

  O termo hijab também é frequentemente usado como uma designação genérica para todos os tipos de véus. Hijabs devem ser usados em público ou diante de homens estranhos, e seu uso remete à interpretação de um trecho do Alcorão.

Clique AQUI, vá ao site de onde copiei esse texto e veja outras imagens além da burca e do hijab, como a do niqab, do xador (ou chador), do al-amira, do khimar e da shaila (ou shayla). Ah, e ainda do burquíni.

Imagens: http://www.dw.com/pt-br/zeitgeist

Entrevista com o Sheik Jihad Hassan Hammadeh: a história do Islã sob o ponto de vista de um muçulmano - para que sempre lembremos que a história tem vários lados...

O Profeta Muḥammad recitando o Corão em Meca
(gravura do século XV)




    No vídeo acima, temos a entrevista com o Sheik Jihad Hassan Hammadeh, presidente do Conselho de Ética da União Nacional das Entidades Islâmicas, com a jornalista Mônica Teixeira sobre a história do Islã. Clérigo formado pela Universidade Islâmica de Medina, na Arábia Saudita, Hammadeh trata, entre outros aspectos, da comunhão entre religião e política na religião islâmica.


Observações:

1. Note que, durante toda a entrevista, o Sheik Jihad Hassan Hammadeh se refere a Maomé como Muḥammad, por acreditar que, por se tratar de um nome próprio, não deva ser traduzido.

2. No finalzinho do vídeo, o entrevistado se refere à Idade Média como "Idade das Trevas"... -- o que é prontamente sinalizado pela entrevistadora como uma visão errônea (como discutimos tanto nas aulas!) deste período da história europeia. Ou seja, em história, TUDO é uma questão de ponto de vista... ;D
Imagem: Wikipidia

Peste Negra: a mais mortal das epidemias

"O Triunfo da Morte" Pieter Bruegel (1562)

   Nas primeiras aulas após o recesso de julho, quando estudamos sobre o período de crise na Baixa Idade Média, não pudemos deixar de fora a Peste Negra, a grave infecção provocada pela bactéria Yersinia pestis (cuja principal forma de transmissão se dava através da picada de pulgas infectadas por essa bactéria) e que dizimou entre um terço e metade da população europeia em meados do século XIV. Bom, mas, como vimos, a população da Europa da época não tinha a menor ideia do porquê da doença e muito menos da sua cura...

  Clique AQUI e vá ao site do Dr. Drauzio Varella que nos dá de forma bastante simples -- e correta -- as principais informações sobre esta doença. Ah, inclusive ele cita uma parte do texto de Boccaccio que a gente analisará na aula deste sábado.