sexta-feira, 27 de setembro de 2019

De onde veio essa história de que os nobres têm "sangue azul"?

Marie Antoinette 
(repare sua pele bem clara - as bochechas rosadas são maquiagem...)
(arquiduquesa da Áustria e rainha consorte de França e Navarra 1755-1793)
por Élisabeth Vigée-Lebrun, 1783

   Eis uma boa pergunta... De onde veio isso? Se todos -- nobres ou não -- temos sangue vermelho??? 

  Anos atrás, uma aluna, Maria Clarada 706 de 2016, não só quis saber o porquê da expressão "sangue azul" como foi pesquisar de onde saiu essa história... Encontrou e me ofereceu o resultado da pesquisa para virar postagem aqui no blog. Ora, é claro que aceitei! Na hora...

   Bom, ela me enviou o link para o site "Diário de Biologia", que aponta duas hipóteses principais: 
  • A primeira  vem dos "etimologistas (cientistas que estudam a língua), [para quem] a expressão surgiu [onde hoje é a] Espanha no longínquo século VI. Segundo eles, ela teria surgido num contexto de preconceito étnico, religioso e cultural. A expressão faria referência à cor clara da pele de pessoas de maior nível social, onde as veias e as artérias azuis se destacariam. Na pele de judeus, que ficariam expostos ao sol o dia todo durante o trabalho e [, mais tarde, de] mouros, as veias e artérias azuis eram praticamente invisíveis."
  • E a "outra teoria diz que a expressão é ainda mais antiga e teve início no Egito antigo, onde os faraós diziam que seu sangue era azul como as águas do Rio Nilo, enquanto o de seus súditos seria vermelho." 

      De qualquer forma, ao longo do tempo, a expressão "sangue azul", como veremos adiante, era cada vez mais  e mais usada em relação aos membros da nobreza porque, como não trabalhavam -- e não se expunham ao sol como os camponeses nos afazeres do dia a dia --, mantinham a pele clara, o que permite ver os vasos sanguíneos em azul sob ela, apesar de o sangue ser vermelho como o de todo mundo. 

    O interessante é ver como essas questões mudam ao longo da história. Durante muito tempo, manter a pele bem clara, sem o menor vestígio de que ficara exposta ao sol algum dia na vida, era um grande sinal de status. Já hoje em dia, muita gente faz de tudo para desfilar um belo bronzeado por aí, e isso é visto por muitos como um sinal de que essas pessoas têm tempo de sobra para curtir a vida e embelezar a pele, sob o sol, na praia ou piscina... Ao contrário dos que mantêm a pele protegida do sol, que carregam a fama de viver somente para o trabalho, sem tempo algum para o lazer ao ar livre. 


Super análise do quadro de Luís XIV, o "Rei Sol", do artista Hyacinthe Rigaud


   Da mesma autora da maioria dos textos que utilizamos nas aulas, Joelza Ester Domingues, o blog "Ensinar História" traz uma análise super detalhada do quadro de Luís XIV, de 1701 (do artista Hyacinthe Rigaud - 1659-1743) -- que também analisaremos em sala, só que sem tantos detalhes e cores... --,  no qual o rei francês, considerado o símbolo máximo do absolutismo monárquico, aparece nos trajes de sua coroação e em meio a vários símbolos do seu poder absoluto.

Para ir ao blog "Ensinar História", basta clicar AQUI.



Site da imagem: Wikipédia